quarta-feira, 4 de julho de 2012

A PALAVRA MÁGICA DO YOGA


Por Pedro Kupfer

Todos conhecemos bem a palavra sânscrita namaste. Até os não praticantes de Yoga da minha família adotaram o namaste como uma saudação cotidiana, por força de nos ouvir usando esse termo tão lindo, e a gente se diverte com isso. Esta saudação se estendeu atualmente a muitos ambientes alheios ao Yoga e à espiritualidade e até entrou para os dicionários ingleses, por influência dos emigrantes indianos para o Reino Unido. De namastederiva ainda a palavra persa namaz ou namasés, que é o nome da prece/prostração que os muçulmanos fazem cinco vezes por dia.
Namaste vem de namah, que significa “entrega”, “reverência”. O Yoga explica que toda a criação é namarupa, uma infindável miríade de formas e nomes, que são todos nomes e formas do único Ser, Brahman. Namasteaponta então para o Ser, manifestado e presente sob todos os nomes e todas as formas, animadas e inanimadas. Sendo estes nomes e formas diferentes aspectos da manifestação de Brahman, o Ser, todas as formas de vida, bem como todas as formas inanimadas, são sagradas e dignas de respeito.
É por isso que o hinduísmo reverencia todas as criaturas e formas de vida, e é por isso que o princípio da não-violência, ahimsa, é tão importante para todos nós, praticantes e não praticantes de Yoga. Nós conhecemos esse respeito pela vida através da imagem de Kamadhenu, a vaca sagrada, que simboliza a generosidade sem limites de toda mãe, e representa a sacralidade da própria existência.
Assim como no Ocidente existe um significado lindo e profundo por trás da palavra “adeus”, namaste também tem uma historinha por trás das suas sete letras. Aliás, “adeus” é a contração de uma antiga fórmula de saudação que, completa, era “entrego-te a Deus”. Noutras palavras, “a Deus encomendo tua alma já que, a partir de agora, não estarei contigo para te cuidar”. De adeus, o dicionário Houaiss diz: “Fórmula de despedida com que se pede a proteção de Deus para quem fica ou parte e que significa Deus fique contigoDeus vá contigo”.
Similarmente, namaste ou namaskar são usadas como saudação, tanto no encontro como na despedida entre as pessoas. Literalmente, significa “a você, meu namaskar”, minha reverência, meu reconhecimento da presença do Ser em você. Esta palavra é a primeira num mantra védico para Shiva, chamado Sri Rudram, que aparece no Rig Veda, o livro mais antigo da Humanidade, que trata extensamente da vida de Yoga. A estrofe inicial deste hino é assim:
Namaste astu Bhavagan, Vishveshvaraya Mahadevaya Tryambakaya
Tripurantakaya Trikalagnikalaya Kalagnirudraya Nilakanthaya Mrityuñjayaya
Sarveshvaraya Sadashivaya Shrimanmahadevaya Namah.
A tradução do mantra é a seguinte: “Minha saudação a ti, Senhor, Mestre do Universo, Grande Senhor, dotado de três olhos, Destruidor de Tripura, Destruidor do fogo Trikala e do fogo da morte, Aquele de Garganta Azul, o Vitorioso sobre a Morte, o Senhor de Tudo, o Sempre-Auspicioso, o Glorioso Senhor de todas as Deidades”.
Shiva é, no hinduísmo, a forma divina que dissolve a criação no fim dos ciclos cósmicos. O nome significa “auspicioso”. Shiva representa assim, transformação, mudança, renovação, aceitação e gratidão. Como toda mudança é para o bem, ou acontece para o bem, Shiva aponta para o poder dessa transformação, bem como para a gratidão decorrente dela.
Isto nos mostra que, mesmo quando não compreendemos, ou temos dificuldade em aceitar as contingências boas e menos boas que a vida nos coloca, o que cabe é cultivar o contentamento e a aceitação pacífica dessas mudanças. O terceiro olho de Shiva representa a sabedoria, pela qual oadharma (erro de conduta), é eliminado e moksha é alcançado. Moksha é a libertação da roda dos condicionamentos, o samsara.
A saudação namaste é tradicionalmente acompanhada de um gesto chamado añjali mudra, com as palmas das mãos unidas frente ao coração, e uma ligeira inclinação da cabeça, em sinal de respeito. Nos templos hindus, as deidades são reverenciadas fazendo-se o gesto de namaskar, que é, para os homens, uma prostração completa de bruços e, para as mulheres, uma inclinação da cabeça até o chão, sentando sobre os calcanhares.
Desses dois gestos físicos de prostração, o masculino e o feminino nasceram, naturalmente, o surya  e o chandra namaskar, a saudação ao Sol e à Lua, que são muito familiares para os praticantes de Hatha Yoga. À beira do rio Ganges, na Índia, é muito freqüente vermos pessoas fazendo namaste para as águas sagradas, com um gesto também familiar para os praticantes de Yoga, que consiste em elevar os braços até o céu e fazer uma flexão à frente.
Assim, na próxima vez que formos usar esta linda saudação, façamos isso conscientemente, lembrando que aquele que está na nossa frente não é, essencialmente, diferente de nós mesmos. Todos os nomes, todas as formas, todos os humanos, todas as criaturas vivas, são dignas do mesmo respeito, da mesma reverência.
Que possamos lembrar e celebrar esse significado nos encontros e despedidas com cada amigo, com cada companheiro de caminhada, com cada ser humano, mesmo se ao invés de namaste, dizermos “bom dia”. Namaste para você!

Texto retirado do site www.yoga.pro.br

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A CAMPEÃ NACIONAL DE HALTEROFILISMO É VEGAN



Filipa Antunes . Campeã Nacional de Halterofilismo (categoria 63kg)

P: Qual é o tipo de alimentação que segue?
R: Veganismo.



P: Há quanto tempo pratica esse tipo de alimentação?
R: Uns cinco anos; antes disso fui vegetariana um ano ou dois, e já não comia carne desde os treze anos.
P: O que a motivou a fazer essa escolha?
R: Tomei consciência do preço que se paga para comer carne. Não posso compactuar com o sofrimento e exploração animal de maneira nenhuma.
P: Considera o vegetarianismo e, no seu caso, o veganismo, como sendo adequado a atletas?
R: Claro que sim. O veganismo é adequado a toda a gente, basta ter atenção e comer bem e variado.



P: Como atleta tem alguns cuidados especiais com a alimentação?
R: Sim, tento fazer uma alimentação mais rica em proteína: grão de bico, feijão, lentilhas, soja texturizada, leite de soja, manteiga de amendoim, tofu, seitan, etc. De resto evito comer demasiado pão e massa; prefiro vegetais.



P: Os atletas costumam tomar suplementos proteicos à base de leite. No seu caso, sendo vegana tem alguma alternativa a esses produtos?
R: Sim, há várias alternativas. A melhor é capaz de ser mesmo a proteína de soja, mas eu prefiro a de ervilha, para variar. Também já experimentei a de arroz, mas não acho que seja tão boa como as outras duas que mencionei.



P: Costuma fazer as suas refeições vegetarianas em casa ou prefere ir a restaurantes?
R: Por norma em casa. Quando vou a restaurantes gosto dos indianos, onde é sempre muito fácil fazer uma boa refeição vegan, ou os italianos.

P: Quais são os seus pratos vegetarianos preferidos?
R: Gosto muito de caril, mas nunca recuso coisas mais simples e portuguesas como migas ou esparregado.

P: Está ciente do impacto que a produção industrial de carne, assim como a pesca intensiva, têm no planeta?
R: Sim, e é uma das razões pelas quais me mantenho e manterei vegan. Só temos um planeta!

P: Acha que as pessoas, em geral, estão bem informadas sobre o vegetarianismo?
R: Nem por isso. Há muita informação errada a circular: que o vegetarismo não é saudável, que somos todos anémicos e pálidos. Depois também há o estereótipo do vegetariano magrinho, que faz yoga e é de esquerda. Claro que há vegetarianos assim, mas também há vegetarianos gordinhos, desportistas, sedentários, de religiões e orientações políticas diferentes.

P: Pensa ser importante informar-se mais as pessoas sobre estes assuntos, seja relativamente à questão animal, seja a nível ambiental?
R: Sim, são as duas causas importantes, e ainda não se lhes presta muita atenção...

P: O que pensa desta campanha das segundas sem carne? Acha que uma atitude simples como fazer um dia vegetariano por semana poderá ter algum impacto benéfico?
R: Sem dúvida. É com pequenos passos que se começa, e as pequenas acções de muitos acabam por ter bastante impacto combinado.

Entrevista retirada do site http://www.2semcarne.com

terça-feira, 22 de maio de 2012

O QUE É SAT SANGA?


Entrevista exclusiva com o Swami Paramarthananda no aniversário de 1 ano do site satsangaonline.com

Em poucos minutos Swamiji explica o que é Sat Sanga e a sua importância. A não perder...

Ver aqui


terça-feira, 15 de maio de 2012

PROFESSORA DE YOGA MAIS VELHA DO MUNDO

Actualmente tem quase 94 anos. Impressionante...

Pratica yoga desde os oito anos e, com quase 94, Tao Porchon-Lynch ainda dá aulas quatro vezes por semana. Mas além do yoga, também pratica danças de salão e ocupa os tempos livres como guia turística no estado de Nova Iorque. (http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=49384)